quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O farol da intranqüilidade

Pode ser muito grave. E pode não ser nada. De repente, você nota uma luz de alerta acesa no painel. Nela, o desenho de um motor, ou o recado, recomendando uma visita imediata à oficina. E agora?

A dúvida é maior quando o motor, apesar do alarme, continua funcionando normalmente. Se você telefonar para a concessionária, a reposta será: “traga o carro imediatamente!”. Pronto: frio na barriga e calor no talão de cheques. Para muitos, a sensação é de que, a qualquer momento, o carro poderá estragar de forma irreparavelmente dispendiosa.
Aí, você comenta com um amigo tranqüilo e descobre que ele roda com a tal luz acesa há meses, sem que nada aconteça. Não teve tempo para ir ao mecânico, o carro continuou normal e ele acabou deixando a preocupação de lado. E tem até a história daquele que tapou o sinal com fita isolante, para não ser perturbado. Afinal, se o alerta não significa nada, para que serve?
Luzes que informam excesso de temperatura, problema no alternador ou queda na pressão de óleo são velhas conhecidas dos motoristas e todos sabem o que fazer quando elas acendem. Mas a do motor é diferente. Todos os carros modernos, isto é, que contam com um sistema de controle eletrônico da injeção e ignição, têm alguma luz de advertência para problemas no motor. E ela pode acender por várias razões.
Um problema comum, por exemplo, é o sistema de escapamento. Um sensor acusa que o carro está poluindo o ar. As causas podem ser várias, mas em geral isso não quer dizer que vá parar de andar de repente. Uma experiência pessoal: uma vez, a lâmpada de alerta de meu Vectra me fez visitar a oficina. O problema era um cabo de vela defeituoso – a vela funcionava mal e parte do combustível não era queimado. A sonda no escapamento detectou o problema e avisou o computador.
A tampa do tanque, se for mal colocada, também pode acionar o sinal de alerta. O computador pode detectar uma alteração na pressão dentro do reservatório. Esses são apenas alguns exemplos do que pode ocorrer. A central de controle do motor está constantemente verificando dezenas de parâmetros e comparando com dados que tem na memória. Se algum deles for diferente do que devia ser, a campainha toca.
O problema é que, para contar qual é o problema, é preciso conectar o computador a algum sistema informatizado. Hoje, nenhuma oficina confiável pode trabalhar sem a ajuda desses aparelhos de diagnóstico. E, mesmo assim, eles não dipensam a experiência do mecânico, que tem que interpretar os dados colhidos. No caso do meu Vectra, as causas da poluição no escapamento não foram especificadas e poderiam variar desde o uso de gasolina batizada a problemas numa válvula.
Numa oficina autorizada, fica mais fácil para o mecânico chegar às causas do problema. Ele tem acesso a manuais e referências do fabricante, com dados colhidos desde a fase do projeto até os relatórios de atendimento aos clientes. O mecânico independente depende mais de sua experiência e intuição.
Nas autorizadas, a solução pode ser rápida, mas em geral é cara. Uma concessionária jamais irá vacilar antes de recomendar a troca de um sensor de oxigênio, por exemplo, que pode custar várias centenas de reais. Seu mecânico do bairro poderá lhe dizer que, sem a troca, seu carro não irá deixar de andar. E que, se você quiser, é possível simplesmente desligar a incômoda lampadazinha. 

Fonte: http://autoestrada.uol.com.br

0 comentários:

Postar um comentário