Para justificar o pedido de alta, a Petrobras
detalhou as perdas que vêm ocorrendo com as importações.
A presidente da Petrobras, Maria das
Graças Foster, apresentou ontem ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma
planilha de custos para reivindicar um reajuste da gasolina e do diesel assim
que for possível. A estatal vem perdendo milhões de reais diariamente ao
importar combustíveis mais caros do que está vendendo no país. Segundo
especialistas, isso deve ficar claro no balanço do primeiro trimestre da
companhia, a ser divulgado na sexta-feira. Ela se recusou, porém, a dar
qualquer declaração tanto na entrada quanto na saída do encontro com o ministro.
Ter entrado para a lista das 100
personalidades mais influentes do mundo, segundo a revista Times, não impediu
Graça Foster, como ela gosta de ser chamada, de tomar um chá de cadeira de
Mantega. A conversa entre os dois estava marcada para as 15h, mas só começou
duas horas e meia depois. Ela precisou esperar pelo ministro na sede da
Petrobras, enquanto ele estava no Palácio Alvorada com a presidente Dilma
Rousseff.
Mais cedo, na Câmara dos Deputados,
onde participou de uma audiência pública, a presidente da Petrobras afirmou que
a companhia poderá aumentar os preços da gasolina e do diesel. “Não tenho como
não dizer que não vou aumentar combustíveis, porque tenho contas a pagar”,
declarou. Segundo ela, a petrolífera tem dividendos a quitar, além de arcar com
os salários e de manter pesados investimentos.
Graça Foster destacou que a companhia
trabalha com um custo médio de US$ 119 por barril de petróleo, embora o mercado
preveja que o produto possa chegar a US$ 130. Ela já vinha indicando, em várias
oportunidades, que não há mais como a Petrobras segurar os preços dos
combustíveis, com o barril acima de US$ 115. Somente nos últimos oito meses, a
empresa trouxe de fora US$ 10 bilhões em gasolina. A executiva quer aproveitar
o momento favorável da inflação para convencer o ministro a autorizar o
reajuste. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está apontando para uma
taxa abaixo do centro da meta, de 4,5%, neste ano, como ressaltou a própria
Fazenda e já havia afirmado o Banco Central.
A Petrobras se contenta com um
reajuste de 10% nas refinarias, apesar de o mercado falar em defasagem próxima
de 30% nos preços.
Fonte: Correio Braziliense
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