quinta-feira, 26 de abril de 2012

Gasolina e Diesel a um passo do reajuste


Para justificar o pedido de alta, a Petrobras detalhou as perdas que vêm ocorrendo com as importações.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, apresentou ontem ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma planilha de custos para reivindicar um reajuste da gasolina e do diesel assim que for possível. A estatal vem perdendo milhões de reais diariamente ao importar combustíveis mais caros do que está vendendo no país. Segundo especialistas, isso deve ficar claro no balanço do primeiro trimestre da companhia, a ser divulgado na sexta-feira. Ela se recusou, porém, a dar qualquer declaração tanto na entrada quanto na saída do encontro com o ministro.

Ter entrado para a lista das 100 personalidades mais influentes do mundo, segundo a revista Times, não impediu Graça Foster, como ela gosta de ser chamada, de tomar um chá de cadeira de Mantega. A conversa entre os dois estava marcada para as 15h, mas só começou duas horas e meia depois. Ela precisou esperar pelo ministro na sede da Petrobras, enquanto ele estava no Palácio Alvorada com a presidente Dilma Rousseff.

Mais cedo, na Câmara dos Deputados, onde participou de uma audiência pública, a presidente da Petrobras afirmou que a companhia poderá aumentar os preços da gasolina e do diesel. “Não tenho como não dizer que não vou aumentar combustíveis, porque tenho contas a pagar”, declarou. Segundo ela, a petrolífera tem dividendos a quitar, além de arcar com os salários e de manter pesados investimentos.

Graça Foster destacou que a companhia trabalha com um custo médio de US$ 119 por barril de petróleo, embora o mercado preveja que o produto possa chegar a US$ 130. Ela já vinha indicando, em várias oportunidades, que não há mais como a Petrobras segurar os preços dos combustíveis, com o barril acima de US$ 115. Somente nos últimos oito meses, a empresa trouxe de fora US$ 10 bilhões em gasolina. A executiva quer aproveitar o momento favorável da inflação para convencer o ministro a autorizar o reajuste. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está apontando para uma taxa abaixo do centro da meta, de 4,5%, neste ano, como ressaltou a própria Fazenda e já havia afirmado o Banco Central.

A Petrobras se contenta com um reajuste de 10% nas refinarias, apesar de o mercado falar em defasagem próxima de 30% nos preços.

Fonte: Correio Braziliense


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